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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Valor médio das aposentadorias foi de R$ 1.283,93 em 2016

O valor é 2,3% maior do que o registrado em 2015 (R$ 1.255,09, no valor já atualizado pela inflação)

Brasília – O valor médio real dos benefícios pagos pela Previdência Social em 2016 ficou em R$ 1.283,93, segundo dados da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda. O valor é 2,3% maior do que o registrado em 2015 (R$ 1.255,09, no valor já atualizado pela inflação).
Segundo a secretaria, 68,6% dos benefícios pagos pelo INSS têm valor de até um salário mínimo, que no ano passado foi de R$ 880,00. Isso representa um contingente de 23,1 milhões de beneficiários, entre urbanos, rurais e assistenciais.
Pelos dados desagregados, 22,4 milhões (66,2%) receberam exatamente um salário mínimo, enquanto 778,4 mil pessoas (2,3%) ganharam menos que isso. Neste caso, a maior parte é de beneficiários da Previdência urbana.
Há ainda 15,5% que recebiam entre 1 e 2 salários mínimos, outros 8% que ganhavam entre 2 e 3 salários mínimos, e 5% que recebiam entre 3 e 4 salários mínimos.

Reforma

O secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, disse nesta quinta que “ficaria satisfeito” se a reforma nas regras de aposentadoria no Brasil fosse aprovada no Congresso Nacional até o terceiro trimestre deste ano.
A indicação do secretário demonstra menos otimismo que o Palácio do Planalto, que projeta aprovação em segundo turno na Câmara dos Deputados no início de abril e votação no plenário do Senado ainda no mês de maio.
Publicamente, integrantes do governo e do Congresso também vinham falando em aprovação da reforma no primeiro semestre deste ano.
Caetano, porém, destacou que não estava fazendo estimativas, mas sim demonstrando um sentimento pessoal em relação à votação. O secretário disse ainda que a velocidade de apreciação da proposta dependerá dos próprios parlamentares.
“O Congresso tem soberania para indicar a velocidade da reforma e o que se altera ou deixa de alterar. Vamos formar um diálogo, ver o que se mantém, mas o intuito é aprovar a proposta do jeito que ela foi encaminhada”, disse Caetano. “Ficaria satisfeito se a gente conseguisse ter reforma aprovada até 3º trimestre deste ano.”
O governo encaminhou no fim do ano passado uma proposta que prevê idade mínima de 65 anos para todos os trabalhadores e uma regra de transição para aqueles que já têm mais de 50 anos (homens) ou 45 anos (mulheres).
Para esse grupo, não será preciso cumprir a idade mínima, mas o tempo que falta para a aposentadoria receberá um adicional de 50%, numa espécie de pedágio para obter o benefício.
O tempo mínimo de serviço, por sua vez, subirá de 15 anos para 25 anos. A fórmula de cálculo do benefício também muda: partindo de uma base de 51% do salário médio de contribuição, o trabalhador conquistará um ponto porcentual a cada ano de contribuição à Previdência. Ou seja, para obter o benefício integral, serão necessários 49 anos de contribuição.
O valor não poderá ser menor do que um salário mínimo e tampouco poderá superar o teto do INSS, atualizado neste ano para R$ 5.531,31.
A proposta de reforma da Previdência ainda coloca sob as mesmas regras os funcionários públicos e os políticos. Os servidores, no entanto, têm regras diferenciadas na questão da remuneração.
Quem ingressou na carreira antes da criação do Fundo de Previdência complementar dos servidores públicos, o Funpresp, permanece com o direito a se aposentar com a remuneração integral, mesmo que acima do teto do INSS.
A aposentadoria dos militares, que ficaram de fora do texto da reforma encaminhado no fim do ano passado, deve ser alterada por meio de projeto de lei a ser apresentado ainda no primeiro semestre de 2017.
Esse projeto de lei, segundo o secretário, está a cargo do Ministério da Defesa – o que não configura conflito de interesses, garantiu Caetano. Segundo ele, depois de concluído o texto, haverá uma “posição de governo” sobre a questão.
Uma das mudanças para a aposentadoria de militares deve ser a criação de um teto para os benefícios da categoria. Embora haja resistências por parte dos militares, a intenção do governo federal é que esse teto seja o mesmo do INSS, como adiantou o Broadcast. O secretário, no entanto, preferiu não comentar as possíveis alterações alegando que a Defesa está tocando as discussões.

Efeitos do desemprego

A desaceleração da economia e o encolhimento do mercado de trabalho contribuíram fortemente para a ampliação do déficit do INSS em 2016, afirmou Caetano.
“O déficit cresceu em 2016 por questões conjunturais e estruturais. Mas se existe momento de baixa geração de emprego, e a arrecadação é muito pautada pela folha, é natural que o déficit aumente”, disse.
Na conta de fatores estruturais, o secretário mencionou o envelhecimento da população, que é contínuo e tem ocorrido de forma acelerada – tanto que mesmo o resultado da Previdência urbana, que ficaram no azul entre 2009 e 2015, tendem a ficar deficitárias. Mas, segundo ele, no ano passado a questão conjuntural foi mais forte.
As receitas previdenciárias cresceram 2,2% em termos nominais para R$ 358,137 bilhões (5,8% do PIB). Enquanto isso, as despesas avançaram 16,5%, para R$ 507,871 bilhões (8,2% do PIB).
Segundo Caetano, o objetivo da reforma da Previdência não é eliminar com o déficit, mas evitar a continuidade do crescimento das despesas da área em relação ao PIB.
“O intuito da reforma não é acabar com o déficit, mas poder ter trajetória da despesa previdenciária como proporção do PIB mais estável, em torno de 8%”, disse.
Para este ano, a previsão é de que o déficit do INSS fique em R$ 181,2 bilhões. Mas o secretário afirmou que é normal haver revisões ao longo do ano, conforme há mais informações disponíveis sobre o desempenho da arrecadação. “Como ainda está no início do ano, é normal que haja revisões”, afirmou.
Técnicos avaliam que a estimativa de déficit de R$ 181,2 bilhões, por ser apenas uma projeção, é a menos precisa e pode aumentar conforme a obtenção de informações sobre o mercado de trabalho e a atividade.
Economistas, por sua vez, têm avaliado que o desemprego ainda deve aumentar ao longo deste ano.

Trabalhador perto da aposentadoria fugirá da idade mínima do INSS

Para quem vai começar a trabalhar ou entrou no mercado há pouco tempo, as mudanças podem ser mais duras

© Reprodução
ECONOMIA PREVIDÊNCIA
POR NOTÍCIAS AO MINUTO
Uma das principais propostas em discussão para a reforma da Previdência é a comprovação de idade mínima para requerer o benefício da aposentadoria, mas trabalhadores que estão prestes a completar as regras para se aposentar por tempo de contribuição e pessoas que já recolheram entre 10 e 20 anos para o INSS devem ficar de fora da validação. 
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Segundo a assessoria do secretário de Previdência, Marcelo Caetano, entre as iniciativas em análise está a divisão da reforma, conforme a situação do segurado no mercado de trabalho.  
No entanto, para quem vai começar a trabalhar ou entraram no mercado há pouco tempo, as mudanças podem ser mais duras, informa o jornal O Dia. Entram no grupo que tem direito adquirido homens com 35 anos de contribuição com a Previdência e mulheres com 30 anos de pagamentos, mas que ainda aguardam para se aposentar com um benefício maior pela Fórmula 85/95.  
De acordo com informações da pasta, a parte difícil da reforma é a modulação dessas regras, principalmente considerando o prazo de retorno para a Previdência. Caso as mudanças valessem apenas para as novas gerações, o impacto sobre as contas públicas seria sentido só a partir de 2040. Se vigorar para todos, sem regras de transição, em menos de uma década haveria redução de gastos.   
A pasta ainda informa que, entre as regras de transição que estão em estudo, está o pedágio, usado na reforma de 1999, quando se calculava quanto tempo o segurado precisava para se aposentar e acrescentava-se período adicional de contribuição.  
Em análise também está a possibilidade da fixação de regra que levando em conta o tempo de contribuição, a idade ou a data em que o trabalhador começou a contribuir para o regime da Previdência. Ou combinar três possibilidades. Em declarações anteriores, Caetano já havia dito que o período de transição pode variar de cinco a dez anos no caso de mulheres e homens. O secretário informou que o governo discute uma forma de adiar o pedido da aposentadoria.   
“Há pessoas que se aposentam na faixa dos 50 anos. Com isso, o tempo de recebimento do benefício pode ficar bastante longo e teremos dificuldades de sustentar o pagamento. Conseguir prorrogar a data da aposentadoria é algo que realmente se discute”, explicou. 
Segundo afirmação do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante reunião com representantes de centrais sindicais ocorrida em maio, o governo interino admitia estabelecer mecanismos de transição para alterar a forma de contribuição de quem está no mercado. As alterações deveriam obedecer de forma inversamente proporcional ao tempo que o trabalhador tem para se aposentar, disse o ministro. 
Feita na semana passada, levantamento do Datafolha indica que a opinião pública do país está quase dividida ao meio entre os que apoiam a criação de uma idade mínima para aposentadoria no setor privado e aqueles que rejeitam a proposta de reforma da Previdência que a gestão interina de Michel Temer quer implementar.  
Segundo a pesquisa, 53% dos entrevistados são favoráveis à definição de uma idade mínima, enquanto 43% se posicionam contra a medida. O apoio à proposta é mais forte entre os mais ricos do que entre os mais pobres.  
Em média, os brasileiros consideram 60 anos como a idade ideal para se aposentar. 
Previdência

Pedágio da regra de transição para aposentadoria pode ser de 30% a 50%, aponta relator da reforma

Deputado Arthur Maia (PPS-BA) apresentou sugestão após reunião com presidente Michel Temer, na manhã desta terça-feira

Por: Estadão Conteúdo

— Dois pontos estão basicamente acertados na regra de transição. Haverá idade mínima já no momento da promulgação da PEC, independente de idade e do tempo de contribuição que falta. O segundo ponto é que haverá pedágio, mas esse pedágio será menor de 50%, e se estenderá provavelmente até os 30 anos de idade para homens e mulheres — disse Oliveira Maia.
A ideia é que o trabalhador cumpra o pedágio para então descobrir qual é a idade mínima com que ele vai se aposentar. A princípio, não haverá restrição para a "adesão" à transição, mas cálculos do governo apontam que a opção valerá a pena só para maiores de 30 anos na data da promulgação da emenda constitucional.
BPC
O relator da reforma da Previdência afirmou também que as mudanças que estão sendo estudadas para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vão além da questão da idade mínima para o benefício ou do valor pago aos beneficiários.
— Estamos dando uma definição de quem de fato tem direito ao BPC e isso com certeza vai impedir que pessoas acessem o BPC pela via judicial — disse Maia.
A lei previa que o BPC seria concedido a pessoas com deficiência e idosos acima de 65 anos que tivessem renda familiar per capita menor que do salário mínimo, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou esse aspecto inconstitucional e disse que o critério depende de avaliação econômica mais profunda. 
É por isso que Arthur Maia busca uma maneira de definir esse critério.A idade mínima para acessar o BPC também está sendo alvo de discussão. A ideia do governo era subir de 65 anos para 70 anos ao longo de uma década. Mas o relator reconheceu que "há dificuldade nesse ponto".
Ele ressaltou, no entanto, que é preciso haver alguma diferenciação entre a idade para requerer a aposentadoria (benefício pelo qual os trabalhadores pagam uma contribuição em troca do direito) e o BPC (benefício que não é contributivo).
— Há de se fazer alguma diferenciação, não é possível que trabalhador contribua e acesse salário mínimo aos 65 anos e o que não contribui nada acesse aos 65 anos também — disse Maia.
Sob pressão

Aposentadoria de militares vai passar por pente-fino

Com determinação desde 2015, só agora, em meio à pressão da reforma da Previdência, a Casa Civil vai criar oficialmente um grupo de trabalho

Por: Estadão Conteúdo

Aposentadoria de militares vai passar por pente-fino Jean Pimentel/Agencia RBS
Foto: Jean Pimentel / Agencia RBS 
Após anos de resistência das Forças Armadas, o governo federal vai ser obrigado a colocar na ponta do lápis os compromissos presentes e futuros das aposentadorias e pensões dos militares da Aeronáutica, Marinha e do Exército. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou em 2015 que a contabilidade do passivo atuarial fosse feita, mas só agora, em meio à pressão por conta da reforma da Previdência, a Casa Civil vai criar oficialmente um grupo de trabalho interministerial para abrir a "caixa-preta" dos benefícios dos militares.
A reportagem do Estadão apurou que o grupo já funciona informalmente, e os nomes para a formação dessa força-tarefa devem ser indicados em breve. Nesta segunda-feira, o Tesouro Nacional divulga quanto foi gasto no ano com esses benefícios, mas o passivo futuro não é devidamente dimensionado, o que é um problema para o cálculo do déficit da Previdência do setor público para as próximas décadas. Essa conta é importante para planejar a evolução não só das despesas, mas também da dívida pública brasileira.
A Previdência dos militares das Forças Armadas é uma das principais polêmicas no debate sobre mudanças nas regras de aposentadoria no Brasil. Os militares pressionam para ficar de fora da reforma, mas o governo prometeu isonomia nas regras.
As Forças Armadas fazem uma contabilidade paralela, e desconsideram o valor das reservas remuneradas como despesa previdenciária. O impasse ficou claro na divulgação da proposta de reforma da Previdência, em dezembro, quando o Ministério da Fazenda informou que o rombo da categoria era de R$ 34 bilhões e, no mesmo dia, foi rebatido pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, que calculou o déficit em R$ 13 bilhões.
Acesso
O Tesouro Nacional tentava há anos ter acesso à contabilidade dos militares, mas não tinha os instrumentos legais para isso. Em 2015, o TCU deu 180 dias para que o Ministério da Defesa e o Tesouro realizassem os cálculos para identificar o passivo atuarial dos benefícios militares. No acórdão, a corte de contas rebateu o argumento das Forças Armadas contra a medida. "A equipe de auditoria considerou que os gastos com inativos militares, apesar de serem custeados com recursos do Tesouro e não possuírem fonte própria de contribuição como as pensões militares, caracterizam despesas de natureza previdenciária", diz o parecer da Secretaria de Controle Externo da Previdência, do Trabalho e da Assistência Social (SecexPrevidência), do TCU.
A Defesa pediu um reexame da decisão, o que interrompeu a contagem do prazo. O recurso foi julgado em novembro. Na ocasião, outra unidade técnica do Tribunal, a Secretaria de Recursos (Serur), posicionou-se favoravelmente aos militares, dizendo que a divulgação dos números "beira as raias da inconstitucionalidade". Só que o relator do recurso, ministro Vital do Rêgo, discordou dessa avaliação e negou o reexame. "O acórdão anterior vale na íntegra, e o prazo de 180 dias passou a correr a partir desta última deliberação", informou o TCU em nota.
Embora esteja trabalhando informalmente, o grupo que vai finalmente jogar luz sobre esses dados ainda não foi formalizado. Isso ainda depende da assinatura de outras pastas envolvidas na operação além da Casa Civil. A conclusão dos trabalhos não terá prazo regimental, mas a determinação do TCU prevê que dentro desses 180 dias os cálculos estejam regularizados. Em resposta, o Ministério da Defesa disse desconhecer informação sobre resistências a essa auditoria nos números.
A revelação dos cálculos sobre o passivo futuro com os militares deve acirrar a discussão sobre benefícios da categoria, que ficou de fora da reforma da Previdência que tramita no Congresso. Pelos dados atuais já se sabe que a realidade entre aposentados e pensionistas do INSS, do setor público e das Forças Armadas é bastante distinta.
reforma

Governo espera arrecadar R$ 1,6 bi por ano com mudança nas regras da aposentadoria de militares

Aumento do tempo de serviço e de idade da aposentadoria são as principais propostas

Por: Estadão Conteúdo

Governo espera arrecadar R$ 1,6 bi por ano com mudança nas regras da aposentadoria de militares Jean Pimentel/Agencia RBS
Foto: Jean Pimentel / Agencia RBS 
O governo estima arrecadar cerca de R$ 1,6 bilhão por ano com duas mudanças na aposentadoria dos membros das Forças Armadas. Não há previsão ainda de quando a proposta de "reestruturação da proteção social dos militares das Forças Armadas", denominação usada pela caserna para tratar o tema, será encaminhada ao Congresso. A previsão, no entanto, é que isso não aconteça enquanto a reforma da Previdência estiver em andamento.
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Governo estuda fixar teto para aposentadoria de militares, mas categoria resiste

O valor a mais na arrecadação seria correspondente ao início do pagamento de uma alíquota de 11% por parte dos pensionistas militares, gerando um caixa de R$ 1,3 bilhão, chamada de socialização dos custos. Esse valor seria adicionado a outros R$ 300 milhões que viriam do desconto de igual porcentagem de 11% de cabos, soldados e alunos de escolas de formação militar que passariam a recolher para pagamento do fundo de saúde e para a pensão. É a chamada universalização da contribuição.

Outras duas alterações que estão em estudo são aumento do tempo de serviço de 30 para 35 anos e aumento da idade de aposentadoria obrigatória do militar.
Hoje, um coronel, último posto da carreira, se não for promovido a general com até 56 anos, compulsoriamente é transferido para a reserva. Essa idade poderá ser elevada para 60 anos. No caso de um general de Exército, o quatro estrelas, a idade limite é de 66 anos, mas se forem feitas mudanças nesse nível, o limite poderá passar para 70 anos.
Essas alterações, advertem oficiais-generais que participam dos estudos, implicam um comprometimento das Forças Armadas porque a tropa e os comandos precisam ter "higidez" e "vitalidade" e com o envelhecimento do pessoal nas fileiras dos quartéis, essas características, fundamentais para a área militar, podem ser prejudicadas.

As mudanças terão outra consequência: aumento de permanência do militar no posto, o que também contribui para a falta de energia e vigor exigidos da tropa e do pessoal, em todas as patentes.

A previsão do Planalto é de que a reforma da Previdência dos civis seja aprovada ainda no primeiro semestre. Com isso, a proposta que trata das Forças Armadas poderia ser encaminhada somente em agosto, depois de tudo aprovada. O próprio ministro da Defesa, Raul Jungmann, na semana passada, defendeu, em entrevista no Planalto, a importância do tema ser tratado separadamente da Previdência dos civis, lembrando que no caso dos civis, a questão é regulamentada por uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e a dos militares, por um projeto de lei.

Os militares insistem em dizer que a grande reforma das Forças Armadas foi feita em 2001, quando várias vantagens que a categoria tinha foram extintas. De lá para cá, justificam os militares, as despesas das Forças Armadas foram reduzidas em 30%.

Impasse
As Forças Armadas fazem uma contabilidade paralela e desconsideram o valor das reservas remuneradas como despesa previdenciária. O impasse ficou claro na divulgação da proposta de reforma da Previdência, em dezembro do ano passado, quando o Ministério da Fazenda informou que o rombo da categoria era de R$ 34 bilhões e, no mesmo dia, foi rebatido pelo ministro Jungmann que calculou o déficit em R$ 13 bilhões.

Neste momento, as três Forças estão trabalhando e implementando um plano de redução de militares permanentes nas tropas, que estão sendo substituídos por temporários, sem direito a aposentadoria ou qualquer tipo de benefício, pensão ou aposentadoria, quando deixam as Forças Armadas, depois de oito anos de trabalho.
Os temporários também não são transferidos de um Estado para o outro, como os permanentes, ou têm direito a morar em imóvel funcional. Hoje, dos 222 mil homens e mulheres que fazem parte do efetivo do Exército, apenas 27,5% são permanentes. No caso da Marinha e da Aeronáutica, o número de permanentes está na casa dos 50% e a tendência é reduzi-los para os mesmos níveis do Exército.

Os militares defendem ainda a necessidade de manter benefícios, como salário integral na inatividade, pelas peculiaridades da carreira, entre elas, a de que podem ser convocados para a guerra, a qualquer momento. Lembram ainda que, o pessoal das Forças Armadas não tem direito a receber Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e hora extra, entre outras restrições, e que esse modelo é o mesmo de países como Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha, entre outros.

Por não terem direito a FGTS ou horas extras, em função do trabalho exercido, de acordo com dados do Ministério da Defesa, os militares das Forças Armadas deixam de gerar uma despesa anual para a União de R$ 24 bilhões.