Se há algo que arrebenta o orçamento de idosos e das famílias em
geral é o preço extorsivo dos remédios no Brasil. Embora alguns
remédios sejam gratuitos para tratamento de algumas doenças como
hipertensão e diabetes, nem sempre são disponibilizados e muitas
vezes a qualidade é duvidosa. E de acordo com a Interfarma, pelo
menos 75% da população compra remédios com os próprios recursos.
Para combater a exploração que se observa por aqui, resolvi testar a
importação de remédios dos Estados Unidos e Reino Unido, usando
lojas virtuais em locais populares da internet, sabendo de antemão
que não tem imposto de importação para remédios e o tempo gasto no
correio para chegar a minha casa não chega a um mês.
Comecei com um medicamento bastante comum, a aspirina de baixa
dosagem usado como um tipo de anticoagulante para quem pode ter
problemas de entupimento de veias. Nas farmácias brasileiras,
achamos a aspirina de 100 mg, com 30 pílulas, custando R$ 13,19 ou
R$ 0,44 por pílula; o equivalente norte-americano, 365 pílulas de
81mg custam R$ 21,55, ou menos de R$ 0,06 por pílula, e entregues
na minha casa e ainda fiscalizadas pela FDA. Isso mostra que no
Brasil esse medicamento custa de 7 vezes mais que nos EUA.
Depois fui para outro bastante comum e caro, o ibuprofeno 200 mg,
que por aqui custa R$ 9,47 por 20 comprimidos, ou R$ 0,47 cada um;
já nos EUA, 500 comprimidos custam R$ 30,75 ou R$ 0,06 por
unidade... E,sim, incluindo o correio internacional... E no Brasil? Oito
vezes mais caro.
Se mudarmos, para a vitamina C, por exemplo, por aqui, 100
comprimidos de 1g custam R$ 87,49; já do Reino Unido, importamos
1.000 comprimidos por R$ 105,60. E novamente, a nacional custa
oito vezes mais que a importada. E poderíamos continuar a
comparação com mais remédio, vitaminas e suplementos, mas já é
suficiente para que façamos a pergunta óbvia: por que é tão caro no
nosso país?
Certamente, o imposto tem grande responsabilidade. Para se ter uma
ideia, em março último, o Estado do Rio de Janeiro que já cobrava o
ICMS mais alto sobre medicamentos, aumentou ainda mais a alíquota
que passou de 19% para 20%. E, na verdade, não é 20%, equivale a
aumentar em 25% o custo. E outros doze estados começaram a
aumentar o percentual do ICMS sobre os medicamentos.
O Procon de São Paulo pesquisou dias atrás os preços dos
medicamentos e averiguou uma diferença de preço de remédios
genéricos que pode passar de 1.200%. Não se pode deixar de observar
que os genéricos foram criados para serem mais baratos que os de
marca. A pesquisa mostrou que os genéricos são em média 57% mais
baratos que os remédios de marca, mas os pesquisadores do Procon
ficaram surpresos com o que viram agora. É o caso do genérico
Nimesulida, que custa R$ 1,77 em uma farmácia ou R$ 23,03 em
outra. O preço do antibiótico amoxilina vai de R$ 15,47 até R$ 69,36,
uma diferença de 348%.
Diante dessa situação, fica o meu conselho para que o leitor vire
também um importador, e nem precisa de cartão de crédito
internacional, é possível fazer todas as operações de pagamento em
reais e por boleto ou cartão nacional.
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