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domingo, 17 de maio de 2015

Aposentadoria Especial para Laboratorista e Técnico de Laboratório em 3 Julgamentos


O que muitos segurados não sabem é que a contagem do tempo de contribuição pode ter situações diferenciadas, em razão do tipo de atividade que os mesmos prestaram, entre as quais os Laboratoristas (Assistentes, técnicos ou graduados) se encontram com este direito.

Ilustração para Aposentadoria Especial para Laboratorista e Téc. de Laboratório em 3 Julgamentos


Tais atividades são aquelas que expõem o trabalhador a condições nocivas à saúde ou à integridade física, consistindo esse diferencial na contagem do tempo de serviço em uma espécie de reparação financeira ao trabalhador sujeito a condições de trabalho inadequadas.

Durante muito tempo esteve em vigor dois decretos que reconheciam a especialidade de profissões e de exposição a agentes nocivos. Ocorre que, apesar de tais decretos só tiveram eficácia até a data de 28.04.1995, tem o segurado o que é chamado de direito adquirido, ou seja, basta o segurado comprovar que sua profissão se enquadrava nas listas previstas nos decretos, que o mesmo terá direito ao reconhecimento da especialidade da atividade e, consequentemente, direito a contagem diferenciada do tempo.

Assim, temos que até 28.04.1995 o trabalhador tem direito ao reconhecimento da especialidade da atividade, seja pelo tipo de profissão que exerceu, seja pela presença de agentes considerados nocivos à sua saúde, podendo, para comprovar que tem direito a essa contagem diferenciada do tempo apresentar qualquer tipo de prova (carteira de trabalho, anotação em livro de empregados, testemunhal).

Já partir de 29.04.1995, é necessário provar a real exposição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05.03.1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica.

Como exemplo de profissões que permitiam o reconhecimento da especialidade e enquadramento por profissão até 28.04.1995, podemos citar a atividade do laboratorista.

Como enquadramento por tipo de profissão que o trabalhador exerceu, o que conforme dito anteriormente é possível até 28.04.1995,  a atividade dos químicos-industriais, químicos-toxicologistas, técnicos em laboratórios de análises, técnicos em laboratórios químicos e dos técnicos em radioatividade é tida como especial, podendo os mesmos serem aposentados após 25 anos de trabalho.

Temos também que as operações executadas com derivados tóxicos do carbono e outros tóxicos é atividade considerada insalubre, igualmente cabendo aposentadoria após 25 anos de trabalho na atividade.

Ocorre que, caso não haja a exposição durante os 25 anos, é possível a conversão do período efetivamente laborado sob condições nocivas à saúde do trabalhador, sendo este período contado de forma diferenciada.

Para estes casos, os Tribunais vêm entendendo que é possível a aplicação do fator de conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum, fator este que para o caso dos laboratoristas é de 1,4.

Vejamos um exemplo:

Um laboratorista que tenha trabalhado entre os anos de 1981 a 1991 terá direito a converter esses 10 anos pelo fator 1,4, fazendo com que tenha, então, 14 anos de trabalho (convertendo o tempo especial em comum).

Vejamos agora, então, o que os Tribunais vêm entendendo:

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CATEGORIA PROFISSIONAL. LABORATORISTA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO.
  1. Não havendo condenação em valor certo, deve-se conhecer do reexame necessário. Aplicação da súmula 490/STJ.
  2. O enquadramento de atividade especial é feito conforme a legislação vigente ao tempo da prestação do serviço.
  3. Até 28/04/1995, há o enquadramento de atividade especial em face do mero exercício de categoria profissional para a qual os Decretos 53.831/64 e 83.080/79 presumiam insalubridade, penosidade ou periculosidade.
(APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 5006532-95.2011.404.7201/SC – Data da Decisão: 27/11/2013          Orgão Julgador: SEXTA TURMA – Fonte         D.E. 04/12/2013 – Relatora: LUCIANE MERLIN CLÈVE KRAVETZ)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ATIVIDADE ESPECIAL. LABORATORISTA.
  1. Não havendo condenação em valor certo, deve-se conhecer do reexame necessário. Aplicação da súmula 490/STJ.
  2. O enquadramento de atividade especial é feito conforme a legislação em vigor ao tempo da prestação do serviço. Precedentes.
  3. É possível a conversão de tempo especial em comum tanto em relação ao período anterior à entrada em vigor da Lei 6.887/80 como no que toca ao período posterior a 28/05/98.
  4. Há possibilidade de comprovação da exposição a agentes nocivos por laudo técnico que não seja contemporâneo à prestação do serviço.
  5. O erro material, nos termos do art. 463, I, do CPC, pode ser sanado de ofício, ainda que, por se tratar de tempo de serviço, modifique o resultado do julgado com a concessão de benefício previdenciário ao recorrido.
(Classe: AC – APELAÇÃO CIVEL Processo: 5003255-26.2010.404.7001          UF: PR – Data da Decisão: 22/05/2013 – Orgão Julgador: SEXTA TURMA – Fonte D.E. 24/05/2013 – Relatora: LUCIANE MERLIN CLÈVE KRAVETZ


PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUTORIDADE COATORA. CABIMENTO.
APOSENTADORIA ESPECIAL.
  1. Presente o direito líquido e certo, que se traduz pela certeza dos fatos, comprovados documentalmente, cabível é o manejo do Mandado de Segurança.
  2. Autoridade coatora é aquela que pratica o ato ilegal ou com abuso de poder.
  3. Inexiste limite mínimo de idade para a conversão do tempo de serviço especial em tempo de serviço comum, consoante o Parecer PRC-223/95, da Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência e Assistência Social.
  4. A atividade de laboratorista de asfalto enquadra-se no código 1.2.11 do DEC-53831/64, devendo ser considerada atividade especial.
  5. Quanto à cobrança dos valores, incabível a utilização da estreita via do mandamus, visto que ” o mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança “. ( SUM-269, STF ).
  6. Apelação improvida. Remessa Oficial parcialmente provida.
(Classe: AMS – APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA – Processo: 94.04.37265-0        UF: PR – Data da Decisão: 10/02/1998 – Orgão Julgador: SEXTA TURMA – Fonte DJ 04/03/1998 PÁGINA: 640 – Relator   NYLSON PAIM DE ABREU)

Ainda, é importante dizer que os equipamentos de proteção individual, ainda que sejam fornecidos e utilizados, não são capazes de evitar a agressão dos agentes biológicos presentes em todo o ambiente de trabalho, uma vez que não há como executar um controle absoluto, capaz de elidir o risco proveniente do exercício da atividade do laboratorista.

Assim, temos que comprovando a atividade de laboratorista, terá o segurado direito ao reconhecimento da especialidade da função até 28.04.1995 (simplesmente pelo fato da profissão estar na lista de atividades que são consideradas especiais), sendo necessária, após essa data (a partir de 29.04.1995) a comprovação por qualquer meio de prova (carteira de trabalho, anotação em livro de empregados, testemunhas) e a partir de 05-03-1997 através de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica.

Se eu ganhar a ação do INSS, como vou receber o pagamento?


Ao entrar com uma ação no INSS muitos segurados possuem dúvidas, não só durante o processo, mas também após obter a vitória na ação. São questionamentos de como e quando será feito o pagamento, que vamos esclarecer de maneira simples.

Ilustração para Se eu ganhar a ação do INSS, como vou receber o pagamento?

Existem duas modalidades de pagamento das ações contra o INSS e a União, que são os RPVs e os precatórios. São basicamente “ordens de pagamento” emitidos pelos Tribunais Federais, diretamente no nome e CPF do beneficiário, que deverá ir diretamente ao Banco do Brasil ou Caixa Federal (atualmente o governo federal efetua esses tipos de pagamento apenas nesses dois bancos), apresentar seus documentos pessoais e receber, logo após o seu advogado fornecer o documento.

É impossível ao advogado o recebimento pelo cliente, sem conhecimento deste, sendo que é possível apenas que o advogado separe (com autorização do juiz) a sua parte dos honorários contratados.

O prazo do recebimento após a decisão final varia muito, pois o processo ainda tem que ir para a contadoria judicial atualizar o cálculo, e depois ser emitido pelo Tribunal. Se for um RPV (que significa Requisição de Pequeno Valor), esta emissão demora cerca de 60 dias para o pagamento (caso o governo federal não atrase) e o precatório pode demorar até 1 ano e meio para o pagamento, pois a legislação é diferenciada, já que se tratam de processos com condenações maiores (acima de 60 salários mínimos).

Após contratar o Advogado: Como funciona o processo de auxílio-doença


O Direito Previdenciário, assim como as outras áreas do Direito, envolve algumas ocorrências ao longos de seus processos e nem sempre o cliente está totalmente a par disso. Por isso, produzimos este texto para que você tenha conhecimento de todas as etapas do seu processo de auxílio-doença.

Ilustração para o texto - Após contratar o Advogado: Como funciona o processo de auxílio-doença

Depois que você contrata nossos serviços para defesa em processo de auxilio doença, em geral há um procedimento padrão a ser seguido no processo judicial, que pode ter diferenças, mas que geralmente seguem esse passo a passo (resumido):

ETAPAS DO AUXILIO DOENÇA

Em geral cada fase destas demora de 20 a 30 dias, e eventualmente podem haver outros procedimentos, a serem determinados pelo juiz, caso ele entenda necessário. O Pagamento dos atrasados deve ocorrer em até 90 dias após o julgamento de todos os recursos (trânsito em julgado), se for valores inferiores a 60 salários mínimos, entretanto, poderá chegar a 23 meses após o fim do processo se ultrapassar esse valor e ser pago por precatório.

Aposentadoria para Metalúrgico com Tempo Especial



Aposentadoria para Metalúrgico possui tempo especial de contribuiçãopois há exposição habitual a agentes nocivos à saúde do trabalhador durante a jornada de trabalho.

Ilustração de Aposentadoria para Metalurgico com Tempo especial

Inúmeros são os agentes nocivos que trazem problemas à saúde do metalúrgico, por isso na Aposentadoria para Metalúrgico é necessário de 25 anos de contribuição, menos tempo do que a aposentadoria comum.

Entre as atividades profissionais do metalúrgico que se enquadram em situação insalubre, estão as dos:

  • Trabalhadores de aciarias, fundições de ferro e metais não ferrosos, laminações, forneiros, mãos de forno, reservas de forno, fundidores, soldadores, lingoteiros, tenazeiros, caçambeiros, amarradores, dobradores e desbastadores;
  • Rebarbadores, esmerilhadores, marteleteiros de rebarbação;
  • Operadores de tambores rotativos e outras máquinas de rebarbação;
  • Operadores de máquinas para fabricação de tubos por centrifugação;
  • Operadores de pontes rolantes ou de equipamentos para transporte de peças e caçambas com metal liquefeito, nos recintos de aciarias, fundições e laminações;
  • Operadores nos fornos de recozimento ou de têmpera-recozedores, temperadores;
  • Ferreiros, marteleiros, forjadores, estampadores, caldeireiros e prensadores;
  • Operadores de forno de recozimento, de têmpera, de cementação, forneiros, recozedores, temperadores, cementadores;
  • Operadores de pontes rolantes ou talha elétrica;
  • Operadores de máquinas pneumáticas;
  • Rebitadores com marteletes pneumáticos;
  • Cortadores de chapa a oxiacetileno;
  • Esmerilhadores;
  • Soldadores (solda elétrica e a oxiacetileno);
  • Operadores de jatos de areia com exposição direta à poeira;
  • Pintores a pistola (com solventes hidrocarbonados e tintas tóxicas);
  • Foguistas;
  • Galvanizadores, niqueladores, cromadores, cobreadores, estanhadores, douradores e profissionais em trabalhos de exposição permanente nos locais.


A Indústria Metalúrgica emprega aproximadamente 2,5 milhões de brasileiros, sendo uma das principais atividades econômicas do país. Se divide em setores fundamentais da nossa economia, e muitas vezes serve de suporte para outras atividades.
Não há como elidir a alta insalubridade nessas profissões, sendo que a Aposentadoria Especial para Metalúrgico com 25 anos de trabalho é um direito a ser garantido. Muitas vezes a Aposentadoria Especial é negada pelo INSS, e os servidores da autarquia orientam os trabalhadores a desistir do benefício e esperar mais 5 ou 10 anos para se aposentar, o que deve ser rejeitado pelo trabalhador.
Para encaminhar o pedido deve ser apresentado o PPP de cada empresa que tenha trabalhado, ou uma justificação por escrito porque não conseguiu obter o PPP (em caso de a empresa estar fechada por exemplo), junto com cópia da carteira de trabalho.
Com a negativa do INSS, é necessário procurar um advogado especialista para ingressar na via judicial.

Governo aceita pensão por morte integral

Viúva poderá ter pensão por morte no valor integral
Viúva poderá ter pensão por morte no valor integral
Bastou o assunto ser discutido no Congresso Nacional que o Governo aceitou a primeira mudança no que havia pensado. Pela regra editada em dezembro, a pensão por morte teria um corte significativo. A renda, que era paga no patamar de 100% do salário de benefício, seria reduzida pela metade para a viúva e cada filho poderia ganhar 10%, até completar os 100%, a depender da quantidade de dependentes. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), relator do caso, conseguiu negociar para que a pensão por morte seja paga da mesma maneira de antes. Todavia, as outras modificações no texto original das Medidas Provisórias 664 e 665 não são tão significativas como essa.
Para conceder a pensão por morte, o Governo criou um requisito que não existia antes, que é o tempo mínimo de 24 meses de contribuição prévia. No Congresso, esse tema foi colocado para que ocorre redução no tempo de contribuição para a concessão de pensão por morte de 24 meses para 18 meses. Mesmo sendo apenas 6 meses a menos, o Governo já avisou que não quer concordar com essa proposta.
A exigência de que o casamento ou união estável deverá ter no mínimo 24 meses para que o cônjuge possa ter acesso a pensão por morte continua inalterada. Essa nova ideia proposta em dezembro/2014 não sofreu crítica no Congresso Nacional.
No entanto, criaram um prêmio de consolação para que é casado ou contribui ao INSS a menos de 2 anos. Quando o tempo de casamento ou de contribuição for inferior a esse marco, o cônjuge vai receber uma pensão por morte temporária, pelo prazo de apenas 4 meses. Raciocina-se que esse tempo é suficiente para a pessoa viúva se recolocar no mercado de trabalho. Antes, não havia previsão dessa hipótese.
Por fim, a tabela progressiva para se aferir a idade de quem está reclamando a pensão por morte, a fim de se definir por quanto tempo ela irá receber o benefício, sofreu mudança no Congresso Nacional. Antes, a duração da pensão por morte era definida tomando como parâmetro a expectativa de vida do dependente. Agora, o novo texto passa a considerar idades fixas. Como a expectativa de vida do brasileiro muda todo ano, a vantagem é que com a nova redação evita que o requisito sendo alterado ano a ano.
A tabela de duração das pensões toma como base a idade e não mais a expectativa de vida, conforme abaixo:
– 3 anos de pensão para cônjuges com menos de 21 anos de idade
– 6 anos de pensão para cônjuge com idade entre 21 e 26 anos
– 10 anos de pensão para cônjuge com idade e entre 27 e 29 anos
– 15 anos de pensão para cônjuge com idade entre 30 e 40 anos
– 20 anos de pensão para cônjuge entre 41 e 43 anos
– Pensão vitalícia para cônjuge  com mais de 44 anos
O texto divulgado ontem ainda não é definitivo. O Governo aceitou negociar mudar as regras do que havia sido proposto em dezembro, iniciando as negociações de vários pontos polêmicos. Ainda passará por várias críticas na Câmara dos Deputados e no Senado, até a população ter uma noção final de como ficarão as regras previdenciárias da pensão por morte e auxílio-doença. Com exceção da mudança que restabelece o valor integral da pensão por morte, as outras mudanças não deverão ser tão significativas nem tampouco voltar ao que era antes. Até a próxima.

Terceirização dos peritos do INSS pode desafogar a fila por médicos

Basta ligar para a central 135 e tentar marcar um horário com o perito para saber que o serviço público do INSS deixa a desejar. E não se fala inicialmente da qualidade da perícia em si, mas da quantidade de peritos disponíveis para atender a população. Por faltar médicos, a espera na capital pode ser de 2 a 4 meses. No interior, não é raro encontrar pessoas viajando mais de 100km para ser examinado pelo médico da cidade vizinha. Esse assunto afeta diretamente os trabalhadores, pois são eles que, doentes, ficam sem renda até ocorrer a perícia. Ao invés de fazer concurso público, a Previdência Social resolveu autorizar na Medida Provisória n.º 664/2014 que os médicos sejam contratados diretamente no mercado, o que poderia sanar a longa espera. Insatisfeita, a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) tenta barrar a medida no Supremo Tribunal Federal por meio da ação direta de inconstitucionalidade n.º ADI 5272.
A mudança da MP 664 prevê a terceirização dos médicos da seguinte maneira: “O INSS a seu critério e sob sua supervisão, poderá, na forma do regulamento, realizar perícias médicas: I – por convênio ou acordo de cooperação técnica com empresas; e II – por termo de cooperação técnica firmado com órgãos e entidades públicos, especialmente onde não houver serviço de perícia médica do INSS”.
A associação defende que a perícia médica desenvolvida no âmbito do Instituto é atividade típica de Estado e que não pode ser delegada a terceiros. Sustenta também que a terceirização desse serviço ofende a regra da Constituição Federal do concurso público. Na realidade, a Associação não está preocupada muito com a ofensa ao texto constitucional, mas em garantir a reserva do mercado.
Para a população, o importante é que tenha médicos para se fazer a análise dos benefícios por incapacidade (auxílio-acidente, auxílio-doença e aposentadoria por invalidez), não importando que seja concursado ou terceirizado. O que não se tolera mais é a demora exagerada para a perícia. Não foi a toa que surgiram ações civis públicas em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul assegurando que, quando o benefício por incapacidade demorar mais de 45 dias para ocorrer o agendamento com o médico, o INSS é obrigado a concedê-lo, mesmo que o trabalhador não tenha sido examinado antes.
Embora um dos principais objetivos da Previdência Social seja a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, na prática não é assim que funciona. O quadro de peritos é insuficiente e, em muitos casos, peca pela qualidade.
Em meio a essa crise, sem data para terminar, o segurado que necessita de um benefício por incapacidade pode tomar algumas atitudes. Nos casos de prorrogação de auxílio-doença, quando o agendamento for superior a 60 dias, o segurado pode invocar a Lei do Processo Administrativo Federal (art. 49), que dispõe que o INSS deve dar uma resposta no prazo de 30 dias, sendo renovável por igual prazo, e procurar diretamente a Justiça para restabelecer o benefício de forma antecipada. Mas para isso é importante que o trabalhador esteja munido de laudos de outros médicos atestando que se encontra incapacitado de trabalhar.
Quando não houver agência da Previdência Social num raio de 30 km da residência do requerente, o trabalhador fica dispensado do prévio requerimento administrativo, como decidiu o STF no processo RE 631240. Em outras palavras, para quem mora no interior, onde é comum ter uma agência previdenciária para atender ao conjunto de cidades vizinhas, se a distância para o trabalhador fazer a perícia com o médico for superior a 30km, o segurado pode ir na Justiça mais próxima. Mas também é importante está com laudos médicos atuais apontando a incapacidade. Até a próxima.

REVEJA: Deputados aprovam emenda adotando o modelo 85/95 em substituição ao Fator Previdenciário

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 232 votos a 210 e 2 abstenções, a emenda do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) à Medida Provisória 664/14, que dá alternativa ao trabalhador, na hora da aposentadoria, de aplicar a chamada regra 85/95 em vez do fator previdenciário.
A regra 85/95 prevê que a mulher poderá se aposentar quando a soma de sua idade aos 30 anos de contribuição for de 85 e, no caso do homem, a soma da idade a 35 anos de contribuição somar 95. Com essa regra, a aposentadoria seria integral em relação ao salário de contribuição. Para os professores, haveria diminuição de 10 anos nesses totais.
Os deputados já aprovaram o texto-base do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) para a MP, que muda as regras de pensão por morte, impondo carências e tempo de recebimento conforme a faixa de idade do beneficiário.
Antes da votação, o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), pediu à base aliada para seguir o compromisso assumido pelo governo, por meio de negociações com o vice-presidente Michel Temer, de que o assunto será tratado em 180 dias por meio de uma comissão que reúna representantes da sociedade, do governo e do Congresso.
Já o autor da emenda defendeu a aprovação por significar um avanço para o fim do fator. “O fator previdenciário reduz em 40% a aposentadoria dos trabalhadores e tem de acabar porque é uma grande injustiça”, afirmou Faria de Sá.
Esta é a primeira derrota importante do governo na votação das MPs do ajuste fiscal.
Mais informações a seguir

DECISÃO JUDICIAL: Prazo para segurado pedir revisão do benefício ao INSS é de dez anos

Saiba sobre a Previdência
A Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU) entendeu que o prazo de decadência para revisão do ato de concessão de benefício previdenciário é de 10 anos. O autor da ação na TNU pretendia reformar sentença da 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Ceará, que não admitiu a possibilidade de revisão pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) da renda mensal inicial de seu benefício em razão de tempo de serviço especial que não teria sido computado pela autarquia no momento da concessão da aposentadoria.
O autor do ação apresentou como paradigma decisões divergentes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais de Santa Catarina e do Supremo Tribunal Federal (STF), que versam sobre a possibilidade de reconhecimento do tempo especial a qualquer tempo e o direito adquirido do segurado de ter concedido o melhor benefício a que teria direito. Alegou ainda que sua aposentadoria é anterior à publicação da MP 1.523-9/97, convertida na Lei nº 9.528/97, que estabeleceu o prazo de 10 anos para a revisão do benefício.
O relator na Turma Nacional, juiz federal Bruno Leonardo Câmara Carrá, conheceu a comprovação de divergência jurisprudencial em torno da tese jurídica e afirmou que “a questão controvertida radica em torno do direito adquirido ao melhor benefício do segurado”.
Porém, ressaltou que a decisão da Turma cearense encontra lastro na jurisprudência consolidada da TNU, que já sumulou quanto ao prazo decadencial de revisão de benefícios, conforme o enunciado de número 64: “O direito à revisão do ato de indeferimento de benefício previdenciário ou assistencial sujeita-se ao prazo decadencial dedez anos”.
O magistrado esclareceu, também, que os precedentes do STF apresentados pelo segurado não parecem encontrar analogia com o caso em questão, por não terem enfrentado o ato indeferitório e sua consequente revisão, mas, sim, a aplicação de um direito constituído, e, portanto, adquirido, de acordo com a legislação vigente.
Carrá afirmou que o prazo decadencial protege ambas as partes de uma relação jurídica e que permitir a revisão do ato administrativo a qualquer tempo seria “aquiescer materialização da insegurança jurídica, que deve servir ao segurado para garantir a manutenção dos seus benefícios, mas também, à autarquia, para manter seu equilíbrio financeiro e atuarial”.
O juiz acrescentou que o INSS não reconheceu todo o tempo pleiteado pelo requerente como período especial devido às profissões constantes na CTPS não estarem dentre aquelas abrigadas pelo rol de profissões presumidamente especiais quando da legislação vigente. “Logo, o pleito sobre o qual versa o pedido da parte autoral ficou sob o pálio da avaliação da autarquia e sua revisão não pode mais ser sufragada, haja vista o transcurso do lapso temporal de dez anos”.
(Informações do portal Previdência Total)

Ministro da Fazenda ameaça com mais impostos se fator previdenciário mudar, mas diz que Governo avalia os impactos

Segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o objetivo é evitar a necessidade de criar novos impostos

  • O  ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou neste sábado que o governo está avaliando o impacto nas contas da mudança no fator previdenciário aprovada pela Câmara dos Deputados para orientar o debate da matéria no Senado, com o objetivo de evitar a necessidade de se gerar novos impostos.
  •  Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
“Preocupação é sempre não criar novos gastos”, disse Joaquim Levy, ministro da Fazenda
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
“O Ministério da Previdência Social está fazendo algumas contas pra ver exatamente quantos bilhões, quantas dezenas de bilhões, qual o tamanho desse impacto, até para poder orientar o debate, porque ainda vai ao Senado, para alimentar e dar todos os elementos necessários para ter uma informação que não gere novos impostos”, disse Levy a jornalistas em Santa Catarina, onde cumpriu agenda oficial.
“A preocupação é sempre não criar novos gastos para não ter novos impostos”, acrescentou.
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira uma emenda à Medida Provisória 664 que permite a flexibilização do fator previdenciário, mecanismo que limita o valor da aposentadoria de pessoas mais novas, uma alteração que não contava com o apoio do Palácio do Planalto.
A MP 664 faz parte das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo que estão em tramitação no Congresso.
Crise? Consumidores colocam o “pé no freio” nos gastos

Alternativa ao fator previdenciário entra na pauta do Senado a partir desta segunda-feira (18)

  • Senado deve analisar mudanças na aposentadoria na próxima semana
Emenda aprovada na Câmara cria alternativa ao fator previdenciário
Projeto que cria alternativa ao fator previdenciário deve ser analisado nesta semana no SenadoAgência Senado
O Senado Federal deve analisar na próxima semana a MP (Medida Provisória) 664, que altera as regras para concessões de pensão e auxílio-doença.
Junto com a proposta, foi aprovada na Câmara dos Deputados na quarta-feira (13) emenda criando alternativa ao fator previdenciário, que é fórmula utilizada para a concessão de aposentadorias, criado em 1999 para desestimular as aposentadorias precoces.
O novo cálculo, chamado de 85/95, prevê que a mulher poderá se aposentar com valor integral à média da remuneração ao longo da vida quando a soma de sua idade com os 30 anos de contribuição for 85. No caso do homem, a soma deve dar 95.
Hoje a aposentadoria integral só é possível quando mulheres atingem 60 anos e homens 65, mesmo que tenham contribuído por mais de 30 e 35 anos, respectivamente. O valor do benefício é reduzido pelo fator previdenciário nos casos em que o trabalhador decide se aposentar por tempo de contribuição antes de completar 60 anos, para mulheres, e 65, para homens.
A mudança pode gerar um custo para o governo de R$ 40 bilhões nos próximos 10 anos de acordo com estimativas da Previdência, o que vai em desencontro ao  ajuste fiscal proposto pelo governo n final do ano passado.
A proposta aprovada na Câmara será analisada direto pelo plenário do Senado, sem passar por comissões. Caso haja alterações, voltará para a Câmara dos Deputados para ser analisada novamente e depois segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff.
Se for aprovada sem alteração pelos senadores o texto seguirá para as mãos de Dilma, que ainda terá a opção de vetar a medida. Se for aprovada por Dilma, a medida é promulgada. A presidente pode, no entanto, vetar o texto. Neste caso o veto precisa ser analisado pelo Congresso, que pode derrubá-lo. Neste caso valeria a decisão do Congresso.
Os parlamentares da base aliada no Senado já avisaram ao Planalto que a medida deve ser aprovada com facilidade e que um possível veto também deverá cair.
Em 2008, o Senado já tentou derrubar o fator previdenciário aprovando um projeto de lei que acabava com a regra. Em 2010, Senado e Câmara tentaram novamente pôr fim ao cálculo com outro projeto de lei, mas o trecho que tratava do assunto foi vetado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O governo tentará reverter a situação e apresentar uma proposta intermediária que seja discutida em um fórum formado por representantes do governo e centrais sindicais. O fórum, criado por decreto por Dilma, tinha inicialmente um prazo de 180 dias de funcionamento.
No entanto, diante da derrota na Câmara, o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer, já estuda reduzir o fórum para 60 dias. A proposta deve ser apresentada à presidente Dilma na reunião de coordenação política da próxima segunda-feira (18).
O fator previdenciário foi criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com o objetivo de retardar os pedidos de aposentadoria e economizar os gastos da Previdência. O cálculo é utilizado somente em aposentadorias por tempo de contribuição.

Se aprovada, mudança no fator trará impacto financeiro para o próximo governo. Mas aposentados precisam ser reparados pelas perdas salariais

  • Próximo governo herdará impacto com mudança na Previdência
A regra criada para novos aposentados aprovada na Câmara na quarta-feira, (13) se confirmar no Senado e for sancionada pela presidente Dilma Rousseff, haverá aumento de custo para a Previdência, mas o maior impacto disso recairá nas contas do próximo governo.
A análise é do economista Fabio Giambiagi, especialista em contas públicas. Ele estima que o gasto adicional com a nova regra seja equivalente a 0,6% do PIB num período de 25 a 30 anos. Esse é o tempo previsto para que uma nova geração de aposentados substitua a atual.
Segundo ele, a despesa do INSS correspondia a 2,5% do PIB em 1988. Neste ano, deve ficar ao redor de 7,5%.
A nova regra aprovada pelos deputados, chamada de fórmula 85/95, permite a aposentadoria integral, sem o corte do fator previdenciário, sempre que a soma da idade com o tempo de contribuição do segurado der 85, para mulheres, ou 95, para homens.
Para uma mulher se aposentar, é necessário ter, no mínimo, 30 anos de contribuição. No caso do homem, 35.
O fator, criado na gestão Fernando Henrique Cardoso, tem como objetivo retardar aposentadorias. É calculado conforme a idade do trabalhador, tempo de contribuição e expectativa de sobrevida.
Para o economista, a oposição pode ter dado um “tiro no pé” ao aprovar a mudança. “Quem tem a possibilidade de retardar um, dois até três anos o pedido de aposentadoria certamente vai optar [pela fórmula 85/95] e esperar para se aposentar ganhando mais”, diz Giambiagi. “Se a oposição estava querendo prejudicar o governo [ao aprovar a fórmula], essa bomba vai estourar no colo dela, se ela virar governo daqui a 3 ou 4 anos”, completou.
O que pode ocorrer, avalia, é o inverso: “As pessoas que retardarem a aposentadoria vão reduzir a despesa no governo Dilma e aumentar, e muito, a despesa para o próximo governo, seja do Aécio Neves, do Geraldo Alckmin ou seja lá de quem for”.
SANDUÍCHE
Giambiagi cita outro aspecto que pode abrir espaço para ainda mais custos. Quem já está aposentado e sofreu redução da aposentadoria pelo fator previdenciário pode pressionar o Congresso a aprovar outros projetos que permitiriam rever –e elevar– o valor de seus benefícios.
“No passado, as pessoas se aposentavam sem fator [previdenciário]. A partir de agora vão se aposentar de novo sem fator. Há, no intervalo, uma geração ‘sanduíche’, que se aposentou com fator previdenciário e que vai pressionar para ganhar uma aposentadoria maior. Este será certamente o próximo cavalo de batalha”, diz Giambiagi.
A tendência é que a nova regra previdenciária seja aprovada no Senado, avalia.
Autor da emenda com a fórmula 85/95, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) acredita que Dilma vai aprová-la para não perder popularidade.
Pelos cálculos do governo, se os trabalhadores passarem a não optar pelo fator na hora de se aposentar a partir deste ano, os gastos da Previdência com aposentadoria vão aumentar em R$ 40 bilhões em dez anos; e em R$ 300 bilhões nos próximos 20.
(Informações da Folha On Line)