Alternativa ao fator previdenciário entra na pauta do Senado a partir desta segunda-feira (18)
- Senado deve analisar mudanças na aposentadoria na próxima semana
Emenda aprovada na Câmara cria alternativa ao fator previdenciário
Projeto que cria alternativa ao fator previdenciário deve ser analisado nesta semana no SenadoAgência Senado
O Senado Federal deve analisar na próxima semana a MP (Medida Provisória) 664, que altera as regras para concessões de pensão e auxílio-doença.
Junto com a proposta, foi aprovada na Câmara dos Deputados na quarta-feira (13) emenda criando alternativa ao fator previdenciário, que é fórmula utilizada para a concessão de aposentadorias, criado em 1999 para desestimular as aposentadorias precoces.
O novo cálculo, chamado de 85/95, prevê que a mulher poderá se aposentar com valor integral à média da remuneração ao longo da vida quando a soma de sua idade com os 30 anos de contribuição for 85. No caso do homem, a soma deve dar 95.
Hoje a aposentadoria integral só é possível quando mulheres atingem 60 anos e homens 65, mesmo que tenham contribuído por mais de 30 e 35 anos, respectivamente. O valor do benefício é reduzido pelo fator previdenciário nos casos em que o trabalhador decide se aposentar por tempo de contribuição antes de completar 60 anos, para mulheres, e 65, para homens.
A mudança pode gerar um custo para o governo de R$ 40 bilhões nos próximos 10 anos de acordo com estimativas da Previdência, o que vai em desencontro ao ajuste fiscal proposto pelo governo n final do ano passado.
A proposta aprovada na Câmara será analisada direto pelo plenário do Senado, sem passar por comissões. Caso haja alterações, voltará para a Câmara dos Deputados para ser analisada novamente e depois segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff.
Se for aprovada sem alteração pelos senadores o texto seguirá para as mãos de Dilma, que ainda terá a opção de vetar a medida. Se for aprovada por Dilma, a medida é promulgada. A presidente pode, no entanto, vetar o texto. Neste caso o veto precisa ser analisado pelo Congresso, que pode derrubá-lo. Neste caso valeria a decisão do Congresso.
Os parlamentares da base aliada no Senado já avisaram ao Planalto que a medida deve ser aprovada com facilidade e que um possível veto também deverá cair.
Em 2008, o Senado já tentou derrubar o fator previdenciário aprovando um projeto de lei que acabava com a regra. Em 2010, Senado e Câmara tentaram novamente pôr fim ao cálculo com outro projeto de lei, mas o trecho que tratava do assunto foi vetado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O governo tentará reverter a situação e apresentar uma proposta intermediária que seja discutida em um fórum formado por representantes do governo e centrais sindicais. O fórum, criado por decreto por Dilma, tinha inicialmente um prazo de 180 dias de funcionamento.
No entanto, diante da derrota na Câmara, o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer, já estuda reduzir o fórum para 60 dias. A proposta deve ser apresentada à presidente Dilma na reunião de coordenação política da próxima segunda-feira (18).
O fator previdenciário foi criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com o objetivo de retardar os pedidos de aposentadoria e economizar os gastos da Previdência. O cálculo é utilizado somente em aposentadorias por tempo de contribuição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário