Sem aumento real, Governo propõe reajuste de 8,2% para aposentados do INSS a partir de janeiro de 2016
- Reajuste médio do benefício é de R$ 224. Governo divulga índice para aposentados e pensionistas que ganham acima do piso da Previdência Social, segundo consta da proposta Orçamentária da União para o próximo ano.
Atualmente, o INSS paga 32,1 milhões de benefícios por mês / Divulgação
Os aposentados e pensionistas que ganham benefícios com valor acima do piso previdenciário terão um reajuste de 8,2% a partir de 1 de janeiro de 2016, segundo a proposta de Orçamento da União. O valor médio do aumento será de R$ 224,21. Para os beneficiários que ganham o piso, o aumento será de 8,37%, igual ao do salário-mínimo (R$ 854).
O aumento de 8,2% é igual a previsão do governo para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), indicador de inflação calculado pelo IBGE, para este ano. Em 2014, o índice ficou em 6,2%.
Como acontece desde 2010, os aposentados que ganham acima de um salário-mínimo não terão aumento real, além da inflação, nos benefícios. “É um tremendo absurdo isso que o governo faz com os aposentados. Ano após ano, o achatamento dos valores continua. O custo de vida sobe de forma alarmante e nada de aumento real para a nossa categoria”, desabafou Warley Martins, presidente da Cobap (Conferação Brasileira de Aposentados e Pensionistas).
Atualmente, o INSS paga 32,1 milhões de benefícios por mês, sendo 9,7 milhões com valor acima do piso e 22,5 milhões com um salário-mínimo. O valor da folha de pagamento mensal do INSS deve ficar em R$ 34,8 bilhões, cerca de R$ 2,6 bilhões a mais que o atual.
Ganho reduzido /Mesmo para os aposentados que ganham o piso, o aumento real será bem pequeno. Dos 8,37% de reajuste, apenas 0,17% é de ganho real. Ou seja, dos R$ 854 do salário-mínimo, apenas R$ 1,45 é de ganho real. “Não dá para comprar nem três pãozinhos”, disse Martins, da Cobap.
O reajuste do piso previdenciário segue a regra da política de valorização do salário-mínimo do governo. É a soma da inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. No ano passado, o PIB brasileiro cresceu 0,1%.
“Neste ritmo, em poucos anos, boa parte dos aposentados estará ganhando o piso. É pouco para tanto tempo de contribuição”, disse Martins.
(Informações do Diário de S. Paulo/Reportagem de Juca Guimarães)
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