A idade de aposentadoria na Europa e outros assuntos
- Idade para aposentadoria na Europa
- Informções do Blog do Folador – Por Renato Follador -
Não sou eu que digo, mas os números: com R$ 500 bilhões de despesa anual, a previdência social é o principal programa do governo e, por isso, deveria ter prioridade na pauta governamental.
Previdência social é renda para o trabalhador incapacitado para o trabalho, seja porque se invalidou, trabalhou muito ou envelheceu.
Quando ela foi criada, a natureza do trabalho era muito mais física do que intelectual, mas a tecnologia inverteu isso radicalmente.
Ouso dizer que, respeitados limites, hoje, quanto mais idade uma pessoa tem, mais apta está, em razão do conhecimento adquirido e da maturidade profissional.
Quando ela foi criada, a natureza do trabalho era muito mais física do que intelectual, mas a tecnologia inverteu isso radicalmente.
Ouso dizer que, respeitados limites, hoje, quanto mais idade uma pessoa tem, mais apta está, em razão do conhecimento adquirido e da maturidade profissional.
Agora, nesse mundo novo, ouvintes, vocês acham justo alguém trabalhar 35 anos e ficar outros 30 sem fazer nada? É normal que só o nosso país entre todos, eu disse todos, os desenvolvidos e em desenvolvimento não tenha idade mínima para se aposentar?
Na Alemanha,Holanda, Espanha e Dinamarca é 67 anos e Reino Unido e Irlanda implantarão 68 anos até 2020, em razão do aumento da longevidade e dos déficits fiscais.
Na Alemanha,Holanda, Espanha e Dinamarca é 67 anos e Reino Unido e Irlanda implantarão 68 anos até 2020, em razão do aumento da longevidade e dos déficits fiscais.
Aqui, a aposentadoria por tempo de contribuição é concedida, em média, aos 54 anos e mantida até uns 84 anos.
Quem está certo: nós ou eles?
A resposta é a merreca de aposentadoria que o governo daqui paga. Melhor: ele finge que paga e o trabalhador finge que para, pois continua trabalhando depois de aposentado, para ganhar dois salários.
A Paula de Londrina me pergunta qual a diferença entre INSS e previdência privada.
Olha, basicamente, a forma de financiamento.
O INSS é financiado pelo regime de repartição simples ou de caixa.
Significa que a geração atual de trabalhadores contribui para pagar, no mesmo mês, as aposentadorias da geração anterior de trabalhadores que hoje está na inatividade. Há uma solidariedade inter-geracional: uma geração financia a aposentadoria da que lhe antecedeu no mercado de trabalho.
Significa que a geração atual de trabalhadores contribui para pagar, no mesmo mês, as aposentadorias da geração anterior de trabalhadores que hoje está na inatividade. Há uma solidariedade inter-geracional: uma geração financia a aposentadoria da que lhe antecedeu no mercado de trabalho.
Assim, um dos equívocos do trabalhador é que ele acha que contribui para pagar sua própria aposentadoria, quando, na verdade, é para pagar a aposentadoria de alguém que nem conhece.
Já o financiamento da previdência privada é por capitalização. O trabalhador contribui para sua própria aposentadoria. As contribuições arrecadadas são poupadas e aplicadas no mercado financeiro. E como há os juros dos investimentos, a aposentadoria não sai só do seu bolso.Depois de 35 anos contribuindo, do total da reserva previdenciária, incríveis 69% vêm dos juros.
É, na previdência privada há reservas financeiras, no INSS não. Inclusive falta dinheiro: o déficit será de R$ 85 bilhões este ano.
Por isso que, nos últimos 40 anos, diminuiu de 20 salários mínimos para 5,9 salários o máximo que alguém recebe da previdência social.
Por isso que, nos últimos 40 anos, diminuiu de 20 salários mínimos para 5,9 salários o máximo que alguém recebe da previdência social.
O que vou falar hoje é amargo para os trabalhadores, mas está calcado em tudo que aprendi em 30 anos lidando com previdência e finanças pessoais.
Não dá mais para a previdência social desconsiderar o aumento da longevidade e a queda da natalidade.Vive mais, tem que trabalhar mais.
Em 50 anos, aumentamos em 20 anos a expectativa de sobrevida como aposentados.
Mesmo assim, não implantamos uma idade mínima para se aposentar e mantivemos regras de aposentadoria por tempo de contribuição que permitem um trabalhador contribuir por 35 anos, se aposentar, em média, aos 54 anos e viver outros 30 anos aposentado.
Manter isso é uma irresponsabilidade técnica e uma ingenuidade. A única alternativa que sobra aos sucessivos governos é: diminuir benefícios.
E os sindicalistas radicais e políticos irracionais,que preferem ficar bem com a opinião pública no curto prazo comprometendo a velhice do trabalhador
no longo prazo, continuam a pressionar por mais benesses, como a ridícula fórmula 85/95.
Já disse aqui que com a evolução demográfica e a política do salário mínimo atual, em 20 anos, o máximo que o INSS vai pagar são 3 salários, ou R$ 2.364,00 de hoje.
Pois, se continuarmos com essa irresponsabilidade previdenciária, vai piorar. Revendo meus números, não me surpreenderia com aposentadorias de só um salário mínimo no futuro.
A Fátima vai se aposentar na previdência privada.
Deram a ela duas opções: aposentadoria por tempo determinado ou vitalícia.
Ela tem 60 anos e não sabe o que fazer, mas está tentada a escolher a por tempo determinado, por 20 anos, que tem um valor maior- R$ 3.500,00, do que a vitalícia que paga só R$ 2.900,00.
Olha, Fátima, eu não teria dúvida: escolheria a menor aposentadoria. Ficou espantada? Então vou explicar.
Quando a gente escolhe por prazo determinado, a responsabilidade da instituição de previdência termina quando termina o prazo. No caso, os vinte anos. O risco de viver mais fica todo com você. Se continuar viva, não vai ter do que viver.
Já quando escolhemos renda vitalícia, o risco de a gente viver mais é todo da instituição de previdência. Exemplo: se você viver até os 90 anos, todos os meses a sua aposentadoria estará depositada.
Esse risco custa os R$ 600,00, a diferença da aposentadoria de R$ 3.500,00 para a de R$ 2.900,00.
Mas, previdência, a gente contrata para dormir tranquilo, entendeu?
E um dado incontestável: a longevidade está aumentando. Só nos últimos 13 anos a expectativa de vida ao nascer aumentou 5 anos e não dá para ir contra isso.
Ela tem 60 anos e não sabe o que fazer, mas está tentada a escolher a por tempo determinado, por 20 anos, que tem um valor maior- R$ 3.500,00, do que a vitalícia que paga só R$ 2.900,00.
Olha, Fátima, eu não teria dúvida: escolheria a menor aposentadoria. Ficou espantada? Então vou explicar.
Quando a gente escolhe por prazo determinado, a responsabilidade da instituição de previdência termina quando termina o prazo. No caso, os vinte anos. O risco de viver mais fica todo com você. Se continuar viva, não vai ter do que viver.
Já quando escolhemos renda vitalícia, o risco de a gente viver mais é todo da instituição de previdência. Exemplo: se você viver até os 90 anos, todos os meses a sua aposentadoria estará depositada.
Esse risco custa os R$ 600,00, a diferença da aposentadoria de R$ 3.500,00 para a de R$ 2.900,00.
Mas, previdência, a gente contrata para dormir tranquilo, entendeu?
E um dado incontestável: a longevidade está aumentando. Só nos últimos 13 anos a expectativa de vida ao nascer aumentou 5 anos e não dá para ir contra isso.
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