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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Desaposentação, está chegando a hora da “onça beber água”

As vantagens da fórmula 85/95 e a desaposentação

A fórmula funciona em sistema de pontos e permite que o trabalhador se aposente sem a incidência do fator previdenciário

O DIA
Rio - Até o dia 5 a presidenta Dilma deve sancionar o projeto de lei que prevê a  fórmula 85/95 progressiva para a aposentadoria por tempo de contribuição. A proposta foi enviada à Casa Civil pelo Senado na quinta-feira e tem até 15 dias úteis para ser apreciada. No texto, também está prevista a desaposentação, que permite o recálculo do benefício aos segurados do INSS que voltaram a contribuir para a Previdência há pelo menos cinco anos. Dima desembarcou neste sábado em Estocolmo, na Suécia, onde cumpre agenda de negócios.
Presidenta Dilma deve sancionar o projeto de lei que prevê a fórmula 85/95 progressiva para a aposentadoria por tempo de contribuição
Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência da República
Os textos foram apresentados em emenda à Medida Provisória (MP) 676, editada em junho de 2015, e que criou a regra 85/95. A fórmula funciona em sistema de pontos e permite que o trabalhador se aposente sem a incidência do fator previdenciário, quando a soma da idade com o tempo de contribuição der 85 pontos para a mulher e 95 pontos para o homem.
A regra já está valendo e com validade até 31 de dezembro de 2016, de acordo com a Medida Provisória. Porém, em setembro, a Comissão Mista do Congresso Nacional reeditou a tabela, aumentando a sua progressividade: a soma 85/95 valerá até 30 de dezembro de 2018 (veja tabela abaixo).
Agora, a nova proposta será apreciada pela presidenta. E o governo já sinalizou que será aprovada.
Diante disso, o advogado especialista em Direito Previdenciário, Eurivaldo Bezerra, alerta os trabalhadores que já tiverem atingido esses pontos a dar entrada logo no benefício e não esperarem a aprovação da nova proposta pela presidenta.
“Quem tiver atingido os pontos deve dar entrada imediatamente no beneficio administrativamente no INSS para evitar o fator previdenciário. E mesmo que o órgão indefira, o trabalhador pode entrar com uma ação judicial que vai retroagir à data do requerimento”, orientou Eurivaldo.
O advogado destacou ainda que a desaposentação pode ser ainda mais rápida com a vigência da 85/95. “Um aposentado que voltou a contribuir pro INSS já tem bastante tempo de contribuição e somando agora 95 pontos não precisa esperar tanto tempo”, disse.
Ainda não há lei que reconhece a desaposentação, e, até hoje, quem pede o recálculo só o consegue por decisão judicial. Além disso, o governo não deve aprovar o projeto de lei que prevê a medida.
Eurivaldo diz que é o momento de os segurados pleitearem a medida: “Por conta da 85/95, o pedido de desaposentação tem sido a maior demanda dos clientes”.
Fórmula 85/95

Modelo 85/95 beneficia também quem exerce atividades de risco

  • Fórmula 85/95 também beneficia quem se expõe a riscos

O Brasil é um dos países que mais permitem acúmulo de benefícios e outras rendas

Entenda o novo cálculo da aposentadoria

  • ISABEL VERSIANI/Do portal UOL
um dos poucos países do mundo a não restringir o acúmulo de benefícios previdenciários.
As regras em vigor permitem que uma viúva ou viúvo receba pensão e aposentadoria mesmo que ainda esteja trabalhando e receba também um salário.
Na Inglaterra a pensão por morte pode ser acumulada com aposentadoria por um período máximo de dois anos, comparam os pesquisadores Paulo Tafner, Carolina Botelho e Rafael Erbisti.
Na Noruega, a acumulação é possível desde que a segunda fonte de renda equivalha a no máximo 50% do valor do benefício. Nos Estados Unidos, o aposentado que volta ao trabalho tem o seu benefício reduzido pela metade.
Do total de pessoas que recebem pensão no Brasil, 17% recebem aposentadoria e 22% recebem renda do trabalho. Outros 5% recebem aposentadoria e trabalham.
Gisele Pimenta/Frame/Folhapress
Movimentação na sede do INSS no centro de Curitiba; servidores do Paraná iniciam greve por tempo indeterminado
Movimentação na sede do INSS no centro de Curitiba; governo prevê economizar com novas regras
Essa brecha cria uma pressão sobre os gastos, que vêm aumentando expressivamente, mesmo com regras aprovadas recentemente pelo Congresso impondo limites importantes às pensões.
As mulheres recebem pensão em maior número e o aumento da sua participação no mercado de trabalho elevou o acúmulo de benefícios.
Além disso, Tafner destaca que os casamentos em que o homem é bem mais velho que a mulher são os que mais têm crescido, o que eleva o prazo médio de pagamento das pensões às beneficiárias.
“As regras têm que ser ajustadas à realidade”, afirmou Tafner.
Neste ano, nova lei limitou o acesso à pensão por morte. Cônjuges que ficam viúvos com menos de 21 anos de idade agora só recebem o benefício por três anos.
Esse prazo vai aumentando gradualmente de acordo com a idade e só é vitalício para quem perde o parceiro (ou parceira) com 44 anos ou mais.
10 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE APOSENTADORIA
1- Ainda existe tempo mínimo de contribuição?
Sim. Para se aposentar por tempo de contribuição, são necessários 30 anos de contribuição para mulheres e 35 para homens. Por idade, o tempo mínimo é de 15 anos
2- Como receber benefício integral?
Pela nova fórmula, até o final de 2018 a soma da idade com os anos de contribuição deve ser 85 (mulheres) e 95 (homens)
3- E se já contribuí por 30 anos, mas minha idade não é suficiente?
Se não quiser esperar, pode escolher o fator previdenciário
4- O que é fator previdenciário?
Um índice, recalculado todo ano, que reduz o valor do benefício para quem se aposenta mais cedo. Pela tabela atual, por exemplo, um homem de 59 anos e 35 anos de contribuição teria o benefício multiplicado por 0,815. Se esperar mais um ano, terá o benefício integral
5- Há casos em que o fator previdenciário é melhor que a nova fórmula?
Sim. Por exemplo, pela tabela de 2015, podem ganhar benefício maior que o integral um trabalhador de 60 anos que contribuiu por 41 anos, ou um de 65 que contribuiu por 34
6- Se o fator previdenciário for vantajoso, posso optar por ele?
Sim. Vale sempre a fórmula mais vantajosa ao trabalhador
7- Qual o benefício integral?
É a média dos 80% maiores salários de contribuição desde julho de 94, corrigidos pelo INPC, limitada ao teto do INSS, de R$ 4.663,75
8- Como se aposentar por idade?
Se tiver no mínimo 15 anos de contribuição, a mulher pode se aposentar aos 60 anos e o homem, aos 65. O valor do benefício aumenta com o número de anos de contribuição
9- Como saber qual a fórmula mais vantajosa?
Se não tiver o tempo mínimo de contribuição, a única opção é a aposentadoria por idade.
Se tiver o tempo mínimo de contribuição, consulte primeiro a tabela do fator previdenciário (guiagoverno.com/tabela-pratica-do-fator-previdenciario-2015/).
Se o índice for superior a 1, essa é a fórmula mais vantajosa. Se for inferior a 1 e você cumprir as condições da fórmula 85/95, opte por ela
10- Se já me aposentei pelo fator previdenciário, posso mudar para o 85/95?
Não

Rombo na previdência dos governos estaduais já chegou a R$ 50 bilhões, prejudicando milhares de servidores

Déficit nos sistemas de previdência pública dos Estados supera R$ 50 bi

Assim como a União, as despesas dos Estados com pagamento de aposentadorias e pensões de servidores públicos são crescentes e de difícil sustentabilidade no médio e longo prazos. O déficit financeiro do Regime Próprio dos Servidores Públicos (RPPS) dos Estados somou R$ 50,898 bilhões no ano passado. A estimativa foi feita por técnicos do governo a pedido do Valor e usou dados do Relatório Resumido de Execução Orçamentária e demonstrativos enviados ao Ministério da Previdência.
Em 2013, o rombo era de R$ 48,768 bilhões.A situação dos governos estaduais é agravada pela queda da arrecadação de impostos devido ao período de recessão que atravessa o país. Muitos dos Estados e municípios ainda adotam o regime de repartição simples. Ou seja, os trabalhadores da ativa financiam os aposentados e pensionistas e, se faltar dinheiro, o governo local tem que cobrir a diferença. Sem conseguir recursos, alguns governos tentam aumentar a arrecadação elevando a alíquota do ICMS e parcelando pagamento de despesas, como a de pessoal.
O problema é que esses governos não têm espaço nos orçamentos para absorver um aumento nos gastos com pessoal. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) define um limite de gastos com pessoal em relação à receita corrente líquida. O limite prudencial dos Estados é de 46,55%.
Segundo levantamento repassado ao Valor no ano passado, o regime próprio dos Estados teve receita estimada de R$ 66,648 bilhões, porém as despesas somaram R$ 117,088 bilhões. Com isso, o déficit financeiro foi de R$ 50,898 bilhões. Dos 27 Estados, apenas Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins ainda registravam superávit financeiro no regime previdenciário. Por outro lado, o São Paulo tem o resultado negativo mais elevado (-R$ 14,071 bilhões), seguido por Rio Grande do Sul (- R$ 7,982 bilhões) e Minas Gerais (- R$ 6,978 bilhões).
Representantes dos regimes previdenciários dos Estados ressaltaram que, se não houver nova reforma da previdência, esses regimes não terão sustentabilidade. Para tentar equilibrar as contas no futuro, alguns Estados estão implementando a previdência complementar nos moldes da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp). Mas a medida não é suficiente. É preciso revisar, por exemplo, as aposentadorias especiais concedidas a profissionais da área de segurança, médicos e professores, que podem se aposentar com menos tempo de contribuição.
No caso de São Paulo, cujo déficit financeiro chegou a R$ 14 bilhões em 2014, foi instituída a previdência complementar para os servidores públicos em 2011 com o objetivo de garantir a longo prazo o equilíbrio financeiro de todo o sistema previdenciário estadual. Com essa legislação foi criada a Fundação de Previdência Complementar do Estado de São Paulo, responsável por administrar o novo regime previdenciário.
“Essa medida foi adotada após a realização de vários estudos técnicos para encontrar a solução que melhor se adequasse às necessidades dos futuros servidores sem onerar as contas públicas. Da maneira como a previdência complementar do Estado de São Paulo foi concebida, os gastos do governo serão relativamente baixos e, a longo prazo, será possível sanar o déficit previdenciário”, explicou em nota a assessoria do órgão.
Sobre o déficit de 2014, ainda conforme a nota, deve ser examinado com base na receita corrente líquida. No caso de São Paulo, o valor é inferior a 11% dessa receita (R$ 137 bilhões no 1º quadrimestre de 2015) e corresponde a 7% do orçamento para 2015 (R$ 204,8 bilhões), o que deve se manter até aparecerem os primeiros efeitos da previdência complementar.
O coordenador de Orçamento e Planejamento da Secretaria de Fazenda do Paraná, João Luiz Giona Júnior, explicou que governo do Estado conta com dois fundos, um financeiro (repartição simples) e outro previdenciário (capitalização, onde os recursos dos servidores são aplicados, por exemplo, em títulos para bancar as aposentadorias).
Devido à falta de recursos, o governo local resolveu direcionar o pagamento de aposentados com mais de 73 anos – que estava no fundo financeiro e é deficitário – para o fundo previdenciário e superavitário. A medida, que possibilitou uma economia de R$ 121 milhões por mês, foi vista como uma manobra do governo para reduzir despesas com aposentadorias e ter espaço para investimento. “Uma justificativa para o remanejamento foi o investimento”, disse Giona Júnior. O governo de Minas Gerais também fez operação parecida.
No Distrito Federal, onde o governo enfrenta sérias dificuldades financeiras, o déficit financeiro do regime de previdência atingiu R$ 1,937 bilhão no ano passado. Segundo o diretor-presidente do Iprev-DF, Roberto Moisés dos Santos, o governo local também tem dois fundos, como no Paraná. Ele disse que a situação do regime previdenciário no DF é complicada, porque, se não forem adotadas medidas, poderá chegar a déficit de R$ 5 bilhões apenas no fundo financeiro, já que o capitalizado tem um superávit.
Moisés dos Santos contou que não há ativos para serem vendidos para garantir o pagamento de aposentadorias e pensões dos servidores. Mas para tentar reverter a tendência negativa foi encaminhado à Câmara Legislativa do Distrito Federal um projeto de lei para criação da previdência complementar dos servidores públicos. A expectativa é que a proposta seja aprovada ainda neste ano.
O Estado do Rio tem dois institutos de previdência. O Rioprevidência era o único instituto até 3 de setembro de 2013. Todos os que se aposentaram até aquela data continuam recebendo pelo Rioprevidência, nas mesmas condições anteriores. Em 4 de setembro de 2013 entrou em operação o RJ Prev, instituto de previdência complementar.
O Rio também está com uma situação problemática. O déficit financeiro do regime de previdência do Estado atingiu R$ 1,159 bilhão em 2014. A expectativa é que o Rioprevidência feche o ano com rombo de R$ 1,99 bilhão. Esse valor só não é maior porque o fundo contou com uma receita de R$ 6,650 bilhões em depósitos judiciais.
O Estado destina parte dos royalties do petróleo para bancar essas despesas. Porém, com a queda do preço do petróleo, os repasses diminuíram prejudicando o financiamento da previdência dos servidores públicos. Cenário que deve permanecer no próximo ano.
“Estamos buscando alternativa par alocar recursos. O Estado está buscando fortemente receitas extraordinárias”, disse o diretor-presidente da Rioprevidência, Gustavo Barbosa.
(Informações do jornal “Valor Online”) 

A idade de aposentadoria na Europa e outros assuntos

 Não sou eu que digo, mas os números: com R$ 500 bilhões de despesa anual, a previdência social é o principal programa do governo e, por isso, deveria ter prioridade na pauta governamental.
Previdência social é renda para o trabalhador incapacitado para o trabalho, seja porque se invalidou, trabalhou muito ou envelheceu.
Quando ela foi criada, a natureza do trabalho era muito mais física do que intelectual, mas a tecnologia inverteu isso radicalmente.
Ouso dizer que, respeitados limites, hoje, quanto mais idade uma pessoa tem, mais apta está, em razão do conhecimento adquirido e da maturidade profissional.
Agora, nesse mundo novo, ouvintes, vocês acham justo alguém trabalhar 35 anos e ficar outros 30 sem fazer nada? É normal que só o nosso país entre todos, eu disse todos, os desenvolvidos e em desenvolvimento não tenha idade mínima para se aposentar?
Na Alemanha,Holanda, Espanha e Dinamarca é 67 anos e Reino Unido e Irlanda implantarão 68 anos até 2020, em razão do aumento da longevidade e dos déficits fiscais.
Aqui, a aposentadoria por tempo de contribuição é concedida, em média, aos 54 anos e mantida até uns 84 anos.
Quem está certo: nós ou eles?
A resposta é a merreca de aposentadoria que o governo daqui paga. Melhor: ele finge que paga e o trabalhador finge que para, pois continua trabalhando depois de aposentado, para ganhar dois salários.
A Paula de Londrina me pergunta qual a diferença entre INSS e previdência privada.
Olha, basicamente, a forma de financiamento.
O INSS é financiado pelo regime de repartição simples ou de caixa.
Significa que a geração atual de trabalhadores contribui para pagar, no mesmo mês, as aposentadorias da geração anterior de trabalhadores que hoje está na inatividade. Há uma solidariedade inter-geracional: uma geração financia a aposentadoria da que lhe antecedeu no mercado de trabalho.
Assim, um dos equívocos do trabalhador é que ele acha que contribui para pagar sua própria aposentadoria, quando, na verdade, é para pagar a aposentadoria de alguém que nem conhece.
Já o financiamento da previdência privada é por capitalização. O trabalhador contribui para sua própria aposentadoria. As contribuições arrecadadas são poupadas e aplicadas no mercado financeiro. E como há os juros dos investimentos, a aposentadoria não sai só do seu bolso.Depois de 35 anos contribuindo, do total da reserva previdenciária, incríveis 69% vêm dos juros.
É, na previdência privada há reservas financeiras, no INSS não. Inclusive falta dinheiro: o déficit será de R$ 85 bilhões este ano.
Por isso que, nos últimos 40 anos, diminuiu de 20 salários mínimos para 5,9 salários o máximo que alguém recebe da previdência social.

 O que vou falar hoje é amargo para os trabalhadores, mas está calcado em tudo que aprendi em 30 anos lidando com previdência e finanças pessoais.
Não dá mais para a previdência social desconsiderar o aumento da longevidade e a queda da natalidade.Vive mais, tem que trabalhar mais.
Em 50 anos, aumentamos em 20 anos a expectativa de sobrevida como aposentados.
Mesmo assim, não implantamos uma idade mínima para se aposentar e mantivemos regras de aposentadoria por tempo de contribuição que permitem um trabalhador contribuir por 35 anos, se aposentar, em média, aos 54 anos e viver outros 30 anos aposentado.
Manter isso é uma irresponsabilidade técnica e uma ingenuidade. A única alternativa que sobra aos sucessivos governos é: diminuir benefícios.
E os sindicalistas radicais e políticos irracionais,que preferem ficar bem com a opinião pública no curto prazo comprometendo a velhice do trabalhador
no longo prazo, continuam a pressionar por mais benesses, como a ridícula fórmula 85/95.
Já disse aqui que com a evolução demográfica e a política do salário mínimo atual, em 20 anos, o máximo que o INSS vai pagar são 3 salários, ou R$ 2.364,00 de hoje.
Pois, se continuarmos com essa irresponsabilidade previdenciária, vai piorar. Revendo meus números, não me surpreenderia com aposentadorias de só um salário mínimo no futuro.

A Fátima vai se aposentar na previdência privada.
Deram a ela duas opções: aposentadoria por tempo determinado ou vitalícia.
Ela tem 60 anos e não sabe o que fazer, mas está tentada a escolher a por tempo determinado, por 20 anos, que tem um valor maior- R$ 3.500,00, do que a vitalícia que paga só R$ 2.900,00.
Olha, Fátima, eu não teria dúvida: escolheria a menor aposentadoria. Ficou espantada? Então vou explicar.
Quando a gente escolhe por prazo determinado, a responsabilidade da instituição de previdência termina quando termina o prazo. No caso, os vinte anos. O risco de viver mais fica todo com você. Se continuar viva, não vai ter do que viver.
Já quando escolhemos renda vitalícia, o risco de a gente viver mais é todo da instituição de previdência. Exemplo: se você viver até os 90 anos, todos os meses a sua aposentadoria estará depositada.
Esse risco custa os R$ 600,00, a diferença da aposentadoria de R$ 3.500,00 para a de R$ 2.900,00.
Mas, previdência, a gente contrata para dormir tranquilo, entendeu?
E um dado incontestável: a longevidade está aumentando. Só nos últimos 13 anos a expectativa de vida ao nascer aumentou 5 anos e não dá para ir contra isso.

Aposentado que voltou ao mercado de trabalho espera, com ansiedade, a aprovação da desaposentadoria

Aposentados que voltaram a trabalhar cobram cálculo novo do benefício.Desaposentadoria está sendo estudada no STF. Senado aprovou a proposta de MP que dá a possibilidade de fazer o recalculo desse benefício.
Aposentados que voltaram ao trabalho estão indo à Justiça cobrar um cálculo novo do benefício. O governo diz que a desaposentadoria, aprovada no Congresso, pode custar R$ 70 bilhões aos cofres públicos em 20 anos.
EnvelhecerDesaposentadoria? Você já ouviu falar nessa palavra? Seu Julio Cesar Matheus tomou conhecimento dela em 2009.
“É a troca de aposentadoria. É você abrir mão da que você tem para uma nova”, diz Julio César Matheus, aposentado.
“Desaposentação. Esse nome esquisito, que nada mais é do que pedido, até hoje, judicial, exclusivamente judicial, onde o aposentado, ele pede: a renúncia da sua aposentadoria atual e no mesmo ato que seja concedida uma nova aposentadoria somando-se todo o período trabalhado e contribuído”, explica Murilo Aith, advogado.
Traduzindo: quando alguém se aposenta e continua trabalhando tem que pagar novamente o INSS. Os pedidos na Justiça são para que o tempo em que a pessoa trabalha depois de estar aposentada passe a ser contado para que possa aumentar a aposentadoria. É o que Seu Aldenir está pedindo.
Depois de 33 anos e meio de contribuição, ele se aposentou. Mas o valor da renda caiu tanto que ele continuou trabalhando por mais dez anos. Agora ele quer que esse tempo possa ser considerado no benefício que recebe.
“A gente tem que ver se consegue pelo menos melhorar o salário”, comenta.
O que isso significa em valores? O advogado dá um exemplo: um homem que tenha se aposentado em 2008 aos 53 anos, ganhando R$ 2.344 de aposentadoria e continuou trabalhando mais oito anos depois disso. Se esse período for contado no benefício, diz o advogado, o valor com a desaposentação passaria para perto do teto: R$ 4.590.
A desaposentadoria está sendo estudada no Supremo Tribunal Federal. O Senado aprovou a proposta de medida provisória que dá a possibilidade de fazer o recalculo desse benefício. Falta agora a aprovação ou o veto da presidente Dilma Rousseff.
Se a presidente Dilma não vetar a medida, o aposentado vai poder pedir a recalculo do benefício depois de pelo menos cinco anos trabalhando e contribuindo para o INSS. Seu Julio Cesar tem esperança de conseguir a correção: “É um direito. Plenamente justificável pelo fato que você continua contribuindo. Então nada mais justo de que você tenha a sua aposentadoria atualizada. Isso é muito claro”.
O Ministério da Previdência declarou que só vai se manifestar sobre desaposentadoria quando a questão for julgada no Supremo.

Apenas 30% dos aposentados recebem acima de um salário mínimo por mês

Maioria dos aposentados recebe um salário mínimo por mês
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2013, indicam que apenas 30% dos 29 milhões de aposentados recebiam acima de um salário mínimo. Um quarto deles continuava trabalhando. Mas 74% passavam a depender de outras pessoas para sobreviver: 46% de seus parentes e 28% de terceiros. Apenas 1% conseguia manter o padrão de vida.
A professora de Finanças da FGV, Myrian Lund, explica que, apesar do trabalhador reduzir, em média, mais de 30% dos seus gastos quando se aposenta, a tendência é que ocorra uma perda de 50% da renda após duas décadas recebendo o benefício.
É que, a cada ano, as aposentadorias daqueles que recebem mais de um salário mínimo são corrigidas em um percentual inferior a correção do salário mínimo, ou seja, abaixo da inflação.
“A tendência é que, com o avançar dos anos, a responsabilidade pelo sustento na velhice recaia cada vez mais sobre o indivíduo e menos sobre o governo”, diz.
Os interessados em formar uma reserva para a velhice devem considerar uma soma que corresponda de 25% a 80% da renda desejada e uma expectativa de vida de 90 anos, dizem os especialistas em finanças.
É recomendável incluir também nessa conta as despesas extras, como o pagamento de cuidadores, a necessidade de remédios e a elevação da mensalidade do plano de saúde. Myrian diz que essa poupança deve ser formada, de preferência, na infância. “Quanto mais cedo, menos vai precisar contribuir e mais juros vão incidir sobre esse dinheiro”.
(Do portal do jornal “A Tarde”/Bahia)

Renovação de senha e comprovação de vida para aposentados, após fim da greve dos bancários

Aposentados: comprovação de vida e renovação de senha poderão ser feitas após greve de bancos
Aposentados que precisam fazer a comprovação de vida e renovação de senha, neste mês, podem esperar o fim da greve bancária para ir às agências. A orientação é do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O instituto assegura que nenhum aposentado terá o benefício bloqueado enquanto durar a greve nos bancos.
“Quem precisa fazer a comprovação de vida deve aguardar o fim da greve. De todo modo, o INSS assegura que ninguém terá o pagamento do benefício previdenciário bloqueado em razão da não realização da chamada 39fé de vida39, enquanto permanecer a paralisação da rede bancária”, informou o INSS.
A comprovação de vida é feita anualmente pelos aposentados nas agências bancárias para evitar o pagamento de benefícios indevidos e fraudes. Os bancos informam os beneficiários do cadastramento por meio de mensagens eletrônicas.
Para realizar a comprovação de vida e a renovação de senha, o beneficiário deve ir até a agência bancária e levar um documento de identificação com foto (carteira de identidade, carteira de trabalho, carteira nacional de habilitação, entre outros).
Segundo o INSS, alguns bancos usam o sistema de biometria para fazer a comprovação de vida em terminais de autoatendimento.
Os bancários dos 26 estados e do Distrito Federal entraram em greve no último dia 6, mas nem todas as agencias bancárias estão paradas. De acordo com o da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), em todo o país 11.439 agências e 42 centros administrativos paralisaram as atividades. Segundo o Banco Central, o país tem cerca de 23 mil agências.
Os bancos ofereceram 5,5% de reajuste para salários e vales. A proposta inclui ainda abono de R$ 2,5 mil, não incorporado ao salário. Os bancários querem reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outras reivindicações.