ARTIGO/Desaposentadoria: a “bola voltou para o Supremo Tribunal Federal (STF)”
Com o veto de Dilma à tentativa dos parlamentares de incluir o instituto da desaposentação em lei, aqueles que defendem a tese voltam a apostar suas fichas no STF para conseguir aprová-la
- A expressão é feia. E ainda mais feio ficará o cenário de caos nas contas públicas se for aprovada a desaposentação, ou desaposentadoria, embora exista nessa tese uma questão de justiça. Trocando em miúdos: trata-se da possibilidade de uma pessoa já aposentada poder renunciar ao benefício que já recebe em troca do recálculo do valor com objetivo de obter algo mais vantajoso.
Era impossível que Dilma Rousseff sancionasse a tentativa de instituir a desaposentadoria em lei. A aprovação de uma medida como essa só colocaria mais lenha na fogueira da elevação sem controle dos gastos públicos, já que não há qualquer previsibilidade sobre para onde irão as despesas previdenciárias se os já aposentados puderem requer aumentos nos valores dos seus benefícios.
A sanção desse item seria mais um sinal contraditório do governo brasileiro sobre os rumos das despesas públicas. Ainda mais agora que o discurso oficial é que será proposta uma nova reforma da Previdência para ser tema da agenda legislativa de 2016. Dentro do governo, as discussões estão quentes, mas ainda sem definição sobre a abrangência da proposta. Um grupo defende que trate exclusivamente da exigência de uma idade mínima, juntamente com o tempo de contribuição, para as futuras aposentadorias do setor privado. Outra corrente quer que sejam incluídos temas mais polêmicos, como a desvinculação do piso previdenciário do salário mínimo.
À luz do cenário político complicado para o Palácio do Planalto, as indefinições internas do Executivo parecem ser o menor dos obstáculos. Debater e aprovar mudanças de regras na Previdência Social no ano que vem, sejam elas quais forem, é que serão elas.
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