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domingo, 29 de maio de 2016

Mudança na idade mínima para aposentadoria afetará segurados mais pobres do INSS

Mudança na idade mínima para aposentadoria afeta segurados mais pobres do INSS
inss, logoO Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) acredita que a proposta de aumento da idade para se aposentar, que pode ser apresentada pelo vice-presidente Michel Temer, caso o Senado determine o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo, poderá gerar impacto negativo, afetando exatamente os beneficiários mais carentes da Previdência Social. Isso porque, de acordo com o instituto, os trabalhadores não suportariam o requisito extra, que estipula idade mínima para se aposentar aos 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres, pois no meio rural se começa a trabalhar muito cedo e no meio urbano a empregabilidade é comprometida a partir dos 50 anos.
— Hoje, dois terços dos benefícios são de salário-mínimo e mexer nesse ponto é justamente atingir a população mais pobre, que depende deste dinheiro para sobreviver e terá de esperar ainda mais tempo para receber o benefício — explica Jane Berwanger, presidente do IBDP.
Esta proposta já foi cogitada pelo Palácio do Planalto, mas sofre forte oposição de representantes de trabalhadores, incluindo a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A proposta de acabar com regras diferenciadas para aposentadoria entre homens e mulheres, foi combatida pela Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Rio. A presidente da federação, Yedda Gaspar, diz que esta é mais uma tentativa de desgastar a aposentadoria no país. — Não é a primeira vez que aparece alguém com esta ideia. As propostas para prejudicar o trabalhador sempre se multiplicam com a troca de governantes, e esta, não é diferente. É um absurdo estipular uma idade mínima para conseguir um benefício tão importante .
Para o IBDP, a proposta de aumento da idade pode ser tentativa para conter o rombo da previdência, estimado para este ano em R$ R$ 133,6 bi. — Esta medida não resolveria o problema do déficit previdenciário a curto prazo, por isso, é uma medida que apenas prejudicaria o trabalhador — explica a presidente do IBDP.
Para o Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) a proposta, caso seja implementada, deve ser apresentada com estudo que corrobore tal mudança. De acordo com o Ieprev, qualquer mudança repentina nas regras para se aposentar traria total insegurança jurídica e afetaria negativamente o direito dos segurados, em especial a expectativa de aposentar em determinada idade.
leis trabalhistasContudo, o diretor do Instituto de Estudos Previdenciários Luiz Felipe Pereira Veríssimo, diz que, por outro lado, tal medida se faz necessária, visto que o governo precisa encontrar alternativa para diminuir o déficit da Previdência Social. — Como atualmente o Brasil passa por grande crise econômica, estuda-se a possibilidade de gerar mais receita através da Previdência. Isso ocorreria através de maiores quantias pagas pelos contribuintes já que o tempo para aposentadoria seria aumentado. Isso se justifica pelo aumento da expectativa de vida. A proposta se justifica para adequação dos valores pagos à Previdência com o tempo em gozo do benefício. Estas duas questões devem estar em equilíbrio. Como a expectativa de vida tem aumentado ao longo dos anos e o tempo necessário para aposentadoria permaneceu o mesmo, esta reforma acaba sendo necessária — diz.
Aposentadorias
Na Folha de Pagamentos do mês de março, segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), constaram 11.919.213 de aposentadorias com valor igual a um salário mínimo em todo o Brasil.
Rural e Urbana
Do total de benefícios pagos pelo instituto, com valor de um salário mínimo, em todo o país, 5.216.342 são aposentadorias urbanas e 6.702.871 são rurais.
Estado do Rio
No estado do Rio, são 726,679 aposentados que recebem o salário mínimo como benefício. Destas, 683.179 são aposentadorias urbanas e 43.500 rurais.
(Reportagem de Bruno Dutra/Jornal Extra/Rio de Janeiro)

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